Confraria da Castanha Soutos da Lapa

A Confraria da Castanha Soutos da Lapa foi estabelecida através de Escritura pública em 22 de Outubro de 2006 tendo sua sede social em Sernancelhe, abrangendo todavia o conjunto dos dez municípios que integram a região dos Soutos da Lapa, estando mais ligados à castanha martaínha, típica da região, os municípios de Aguiar da Beira, Moimenta da Beira, Penedono e Trancoso.

O seu objectivo fundamental é preservar, promover e divulgar a castanha e toda a gastronomia e cultura gastronómica dos Soutos da Lapa.

De acordo com esta formulação estabelecida nos Estatutos tem desenvolvido importante acção no domínio essencialmente cultural, promovendo também forte convivialidade à volta dos seus emblemáticos produtos – a castanha e o castanheiro.

 

RECEITUÁRIO DE CASTANHA

A Confraria da Castanha tem-se preocupado em valorizar a castanha e o castanheiro enquanto elementos fortíssimos de uma ampla, diversa e matricial cultura distintiva da região dita Soutos da Lapa. Reflecte sobre o papel tradicional que a castanha teve na alimentação de uma população autóctone que consumia este produto sob a forma de castanha cozida, particularmente, assada, com essa significativa nota folclórica do Magusto, exemplar prática de convialidade, e seca ou pilada nos tradicionais “caniços”, hoje desaparecidos.

O escritor de raízes locais, Aquilino Ribeiro, é inúmeras vezes convocado através dos seus notáveis textos referente à Castanha.

A recente introdução da castanha nas práticas gastronómicas e na doçaria não ganharam ainda uma estratificação, obedecendo a sua confecção ainda a um quadro experimental que vai, no entanto, encontrando alguma normalização.

Nos Concursos de doçaria de castanha aceitam-se as variadíssimas apresentações, a criação de uma “Queijada de Castanha” aguarda a sua certificação.

 

EM LOUVOR DA GASTRONOMIA REGIONAL

A Confraria da Castanha “Soutos da Lapa”, conforme missão talhada por seu estatuto, deve, a seu jeito, tornar-se guardiã e promotora dessa cultura gastronómica centrada nesse emblemático fruto, a castanha, pão milenar de pastores e de camponeses partilhado com as aves do céu, os bichos da terra e os gados. Deve lembrar sempre essa poética forma de estar, patriarcal, à lareira, as castanhas retiradas, uma a uma, às vezes torradas, da panela de barro ou de ferro de três pés ou levantadas da cinza, assadas na quentura do lar, deve guardar a alegre ritualidade dos magustos, pelo S. Martinho e a memória das covas abertas num chão de areia e as talhas de barro com reserva até Maio e o doce sabor das castanhas piladas de que era feito o caldo dos homens nas cavas da horta, redra da vinha ou malha do pão, oferta simbólica aos cantores de loas nas “janeiras” ou “reis”. E nos tempos modernos há-de louvar as mil outras maneiras que os homens souberem criar. (Texto de Alberto Correia, concedido pela Confraria da Castanha Soutos da Lapa)

Crie o seu site grátis Webnode